Uma das poucas competições na qual podemos participar no Brasil com as bicicletas reclinadas Zöhrer, são as provas do estilo Randonneur conhecidas no Brasil como Audax.
A prova mais curta é de 200km e o tempo máximo para completar a prova é de13h e 30m.
No Brasil as reclinadas Zöhrer tem sido usada nas provas de Audax desde seu surgimento em 2003
http://pzrc.multiply.com/journal/item/1/1
No ano de 2011 tivemos o primeiro Brasileiro a completar a famosa prova de 1230km
Paris- Brets- Paris com uma bicicleta reclinada,seu nome Cezar Barbosa com uma Zöhrer Racer Low ( quadro em aço cromo- molibdênio garfo traseiro e banco em fibra de carbono) pesando 12kg.Ele completou o percurso com o fantástico tempo de 87h 01 min.
Para saber mais veja em
http://www.randonneursbrasil.com.br/
Desafio Paris-Brest-Paris: o retorno para uma grande
conquista.
Relato de Cezar Barbosa. Mergulhador e piloto de provas da Zöhrer
Bicicletas.
(parte 1)
Para quem já
leu alguns dos meus vários relatos, sabem muito bem que eles são longos, mas
dessa vez vou procurar ser breve porque estou sendo muito cobrado pelos amigos
audaciosos, que querem saber como foi essa grande aventura. O Paris Brest
acontece de 4 em 4 anos e é considerada a prova ciclística mais antiga do
mundo. Na primeira vez que pedalei no
Paris Brest em 2007, tive problemas com o extravio de bagagem incluindo minha
bicicleta, que foram encontrados algumas horas antes da vistoria para a largada
da Prova. Durante o ínicio da prova,
tive problemas muitos sérios com o câmbio traseiro da minha bike no Km 50, que
inviabilizaram minha continuação na prova, mesmo tendo recorrido a todas as
possibilidades disponíveis. Muito
triste e decepcionado com o acontecimento me tranquei como uma ostra, falando
para mim mesmo que iria ter que completar essa prova no próximo desafio, a
qualquer custo. Com esse pensamento voltei para o Brasil com mil
questionamentos em mente e dei seguimento a minha grande saga. Antes de
regressar ao Brasil a minha vontade era deixar meu Protótipo Zohrer Racer 26x26
por lá mesmo e comprar uma Recumbent Especial em Carbono, mas isso não era
possível porque eu havia viajado com a grana contada com à ajuda de alguns
amigos e por outro lado eu estava voltando sem emprego. Tudo isso soava
diferente em minha cabeça, mas em momento algum me senti como um fracassado até
porque eu havia feito o máximo para continuar na prova e assim mesmo ainda
consegui rodar 600 km. Durante o período de 2007/2008, dei continuidade aos
meus pedais light, fazendo algumas provas do Audax juntamente com o meu tradicional
pedal para molhar as plantas no Recreio e ir com os amigos comer churrasquinho
de gato com caipirinha na Feirinha de Saquarema. Não demorou muito para voltar
ao trabalho, afinal eu precisava equilibrar as finanças. Tudo parecia
tranqüilo, só que na minha mente ainda estava em cartaz aquele velho filme.
“1200 km PBP: o Retorno.” E tudo que eu
fazia era em função disso porque quando tomei a minha primeira dose dos 200 km
no Audax em Campinas, me comprometi a provar da dose em Paris nos 1200 km. Já
em 2009 foi diferente, recebi um convite do 1º Brazuca a completar o PBP,
Manuel Terra, para fazer uma Expedição pela Bolívia que seria aproximadamente a
mesma distância do PBP. Sem me fazer de
rogado aceitei o desafio e fui atravessar o Salar de Uyuni: http://www.youtube.com/watch?v=HxrTxTIGlao.
Em 2010, retomei o pedal nas provas do Audax. Em 2011, parei de sonhar e
comecei a encarar o pedal com mais seriedade visando o PBP. Minha primeira
prova foi o Audax 200 km Rio Urbano e não consegui o Brevet por descuido de não
ter comprovado minha passagem em um PC Virtual. Isso me deixou muito triste e como meu objetivo estava se
aproximando resolvi fazer as provas no Sul, devido as provas do Rio estarem
muito espaçadas. Parti para fazer 200km
em Santa Cruz do Sul num sábado. No
domingo, iria acontecer uma prova de 300km valendo Brevet. Caí dentro, voltando
para o Rio com 2 brevets para o PBP, agradecido pela organização do Audax Rio
em ter me transformado num “Monstro do Pedal“. Essa foi a expressão usada por
Edu quando enviei a mensagem contando que completei as duas provas no Sul num
final de semana. A partir desse momento passei a ser Gaúcho Tchê, mas não de
pelotas!... E fiz minha série toda pelas Serras Gaúchas onde obtive a certeza
de que realmente havia fortalecido meu pedal, principalmente na prova de 600 km
que por várias vezes pensei em abandonar, mas com o incentivo dos audaciosos na
Prova, consegui o Brevet no tempo necessário. Um dos momentos críticos, foi
quando quebrei o parafuso da roldana e fui ajudado pelo pelotão de speedeiros.
Passaporte na mão, sorriso no rosto, mas bolso vazio, e assim, decidi colocar
meu Projeto na Rua em busca de um Patrocínio. Fiz isso de sem-vergonhice porque
sabia que não iria arrumar nada nesse Brasil em que vivemos, mas no final do
túnel apareceu o Grande Bessa que com incentivo ao Pedal me conseguiu uma
Passagem para Paris com 50% de desconto através da sua esposa que trabalha na
TAM. Minha ansiedade estava cada vez maior e minha única dúvida nesse momento
era sobre minha Bike, pois ela havia testado minha força de vontade por duas
vezes quando tive problemas com os protótipos no Audax de 400 km e 600 km, isso
em lugares diferentes fazendo com que eu ficasse me questionando!... Será ela mesma a bike que eu deveria levar?
Eu tinha outras bikes, mas eu me sentia confortável com minha Racer, em função
disso resolvi lhe dar uma nova roupagem e com a ajuda dos amigos, Salas Bike,
Rodrigo Free Bike, troquei o Shimano LX por um XTR-SLX 10. Isso deu bastante
resultado. Percebi isso nas minhas
subidas para as Paineiras quando ia pedir proteção ao Cristo Redentor. Durante
esse período de ansiedade pelo dia D, as páginas de Blogs e Clubes Audaciosos
estava bombando com debates sobre trajetos, altimetrias, carro de apoio, onde
dormir, o que comer, tempo de prova, translado etc., ou seja, mil coisas, mas
eu não participava efetivamente, me limitava a responder algumas coisas e
quando me perguntavam qual era a minha planilha, respondia que só iria saber
depois que carimbasse meu passaporte no 1º PC em Villainnes-lá-Juhel no km210.
Com esse pensamento dei continuidade na busca do meu objetivo. Iniciaram-se as
inscrições, e para variar estava embarcado.
Novamente tive que pedir auxílio ao meu amigo audacioso e guru, Richard
Dunes, que fez minha inscrição. Parti para Paris com a minha companheira Julia.
Nossa chegada em Paris foi dia 18/08, um pouco atrasado, mas em um vôo direto,
com a Bike sobre controle e com um agente para nos transportar até Saint
Quentin, livre dos transtornos passados em 2007 (quando a Air France perdeu
minha bike e minha bagagem). Tínhamos uma reserva feita pelo Della no Hotel
Plasir dês lês Gatinnes e na minha chegada fui tomado por uma emoção muito grande
quando me deparei com a portaria onde havia dormido em 2007 por não ter levado
a chave do Apartamento. Os atendentes
eram os mesmos e eles me aguardavam para festejar a minha chegada, pois eles
haviam sofrido junto comigo a perda da minha Bike em 2007. Fui recebido com um
“Bonne Journer, Monsieur Barbosa!“.
Confesso que fiquei muito emocionado por terem se passado 4 anos e o
carinho e a receptividade ainda eram grandes.
Julia e meu Personal Biker (meu amigo Athayde) ficaram também encantados
com a maneira como fomos recebidos. Nossos quartos já estavam reservados como
se estivéssemos lá todo final de semana. Nosso primeiro contato Audacioso foi
com o André e o Calvete que já estavam em suas devidas acomodações, saindo para
jantar. Largamos nossas malas no quarto
e partimos junto com eles para colocar os assuntos da viagem em dia. Estar de volta no Hotel Plasir foi uma
felicidade imensa e na minha mente ainda estava registrado o dia em que voltei
da prova sem a chave do quarto, onde passei uma noite de chuva e frio
inesquecível do lado de fora do hotel.
Olhei para o tapete e os vidros que cercavam a entrada do Hotel, e
pensei que não cairia neste erro novamente. Por alguns instantes fiquei com o
pensamento distante quando fui acordado pela Julia falando que estava com fome
e que iríamos nos atrasar para o jantar.
Chegando ao Restaurante já tínhamos
uma mesa reservada na parte de cima.
Pedimos uma garrafa de vinho para brindarmos nosso retorno ao PBP em
2011. Estávamos em 5 pessoas. Enquanto
decidíamos o que comer, fomos colocando
os planos em dia. Calvete e eu estávamos ali pela segunda vez, mas o André Lima
estava debutando e nos escutava muito atento.
Era visível a felicidade em seu rosto e por várias vezes lhe falei que
ele havia sido responsável por eu está ali, porque durante os 600 km de Santa
Cruz do Sul ele não me deixou sair da prova por 2 vezes. Houve uma vez que cheguei a parar o carro de
apoio para colocar a bike dentro e ele me convenceu a ir até o próximo, o PC6,
que estava no Km 363. Com todo esse
incentivo que recebi, acabei completando a prova no tempo limite. Eu sabia que tinha uma grande dívida com
ele, devido a isso procurava lhe passar tudo que podia da experiência passada.
Nosso primeiro passo foi combinar de sair bem cedo no dia seguinte para ir até
a loja da Declathon para comprar alguns acessórios que estavam faltando. Às 08h
da manhã nós já estávamos acordados para tomar café e seguir até a loja. Como nossas bikes ainda estavam desmontadas,
resolvemos fazer uma caminhada na estrada fazendo fotos e contando histórias: http://www.youtube.com/watchM.
Nós estávamos há 2 dias da prova e parecíamos bastante tranqüilos para quem
iria pedalar 1200 km. O Hotel já estava
cheio, porque os Audaciosos de Santa Catarina haviam chegado. No café da manhã foi uma grande festa, nos
abraçamos, fizemos fotos, gritávamos de alegria, tudo isso no jeito Brazuca de
ser, rindo e falando no último tom, mas a verdade era que o salão estava todo
assim, cada um falando sua língua, nós como éramos a maioria ficávamos em
destaque. A Julia e meu Personal Biker
Athayde estavam admirados com tudo isso, mas no meu íntimo eu sentia que estava
faltando algo porque quando perguntava por alguém do grupo se havia chegado,
recebia a resposta de que estava em outro hotel, então isso me deixava triste
porque em 2007 não foi assim. Na
verdade, eu queria que todos os Brazucas estivessem ali juntos, porque tinha
gente de outros Estados e eu queria conhecê-los pessoalmente para poder
conversar, trocar idéias e me sentir numa grande Família como aquelas famílias
que brigam muito, mas sempre tem alguém por perto acompanhando o que acontece
com seu irmão. Nossas idas ao Decathlon eram infindas, devido a chegada do
Richard que estava de carro. Sempre que
alguém lembrava algo faltando, ele se prontificava de ir até a loja para
comprar os acessórios, afinal, devo atribuir uma parte do peso que carreguei a
ele, exemplo, a Câmera GO Pro, Pneus reservas, entre tantos outros componentes:
http://www.youtube.com/watch?v=_tZsJNzUZRE. Enfim nossas idas e vindas serviram para
descontrair e tirar um pouco do stress que estava nos consumindo pelo que
estava por vir. Os nossos melhores
momentos eram quando saímos para almoçar ou jantar, porque assim conseguíamos
reunir um grande número de audaciosos e ficar horas e horas na mesa trocando
idéias até o dono nos expulsar. Isso foi assim até o Grande Dia! Vistoria
pronta e minha largada seria às 21 h do dia 21/08, como minha bike era uma
Recumbent, eu estava saindo na classe Especial e isso me fez ficar no Hotel
juntamente com o Richard e Raphael que estavam largando no dia seguinte para a
categoria de 84h. Sendo assim,
assistíamos os audaciosos partirem com suas bikes e lhes desejávamos “Boa
Sorte” ou “Bon Courage”, aflitos esperando a nossa vez. Nosso hotel estava a
uns 12 km de distância da Largada.
Sabia que lá teria uma agitação muito grande e também não queria ficar
sozinho no meu quarto porque a Julia e meus amigos já haviam partido devido à
dificuldade de locomoção. Às 16h
resolvi partir para Guyancourt Gymnase dês Droits de I’homme. Para minha sorte, às 17h já havia acontecido
a largada principal das bikes especiais. Iria acontecer uma outra largada às
18h. Um dos organizadores me viu de
Reclinada e me chamou para lhe acompanhar correndo, abrindo caminho entre os
ciclistas e me colocando na primeira fila
da largada das 18h.
Eu na verdade
fiquei sem entender nada, apenas ouvia os aplausos e gritos das pessoas quando
passava, estava parecendo que eu era um convidado especial, aquilo me deixou
muito emocionado sem poder me concentrar e falar com meus amigos que estavam
ali presentes. Isso tudo me fez lembrar
a chegada de 2007 em Dreux, quando fui ovacionado por está entrando no Funil
com 48h de pedal. Eles viram que meu
passaporte não estava carimbado e pude explicar que estava fora da prova porque
havia voltado de Foulgeres, mas tudo isso era passado e quando dei por mim
estava largando com o pelotão das 18h.
A única reclinada no meio das bikes híbridas. Cinq,
Quatre, Trois, Deux, Un, Aller! Quando a fita baixou, parti com o
pensamento fixo de que iria terminar a prova a qualquer custo, e assim seguir o
carro madrinha e as motos que estavam nos balizando até a saída da cidade. Eu estava com dois odômetros em minha bike,
mas eles não estavam regulados e decidi manter um ritmo confortável. Minha estratégia era chegar até o km 140
Mortagne–au–Perche sem fazer nenhuma parada e assim seguir minha saga numa
média-hora de 21 km, estando por volta das 23h, chegando ao meu Primeiro
destino. Ao chegar, encontrei o Audacioso Saboia bebendo sua coca-cola com o pé
na cadeira feito um Lorde. Fizemos uma
foto para registrar nosso encontro e sem demorar muito, parti para meu segundo
objetivo. Minha velocidade média ainda era a mesma. Havia anoitecido, mas eu continuava seguindo forte porque havia
dito que se conseguisse chegar no PC1 no km 210 em Villainnes-La-Juhel com 10h,
iria poder controlar o restante do tempo com mais facilidade. Às 04:12h da
manhã eu estava cruzando a linha do PC1 com o tempo de 10:21h, tudo dentro do
programado. Apenas fiz minhas
necessidades básicas, me alimentei e segui em direção a Foulgeres, sendo que
agora a coisa havia mudado, as lombas começavam a aparecer e o dia a
clarear. Com isso pude relembrar que
aquela estrada já era minha velha conhecida, mas procurava não lembrar do
passado. Durante todo esse percurso não encontrei nenhum Brazuca. Escutava todas as línguas e tentava falar
com alguns audaciosos na estrada, mas não resultava em nada, meu ritmo caiu um
pouco, mas mesmo assim, comecei a encontrar algumas reclinadas que haviam
partido às 17 h. Isso me animou
bastante. Durante um longo trajeto pude
acompanhar uma Audaciosa Alemã com sua Recumbent Velo Kraft de tração traseira,
onde conversávamos um pouco em inglês mímico labial, mas foi por pouco tempo
porque tive que voltar a minha realidade e pedalar no meu ritmo, pois o dela
estava muito forte. Poderia ter
acompanhado a média que ela estava fazendo, mas algo me dizia para esquecer a
competição, mesmo por ela ser uma mulher.
Segui com o meu ritmo, obedecendo minha mente e voltando para minha
média de 17km, chegando a Foulgeres no km 310 às 10h40min da manhã com o tempo
de 16h48min pedalados. Novamente a minha chegada foi sem festa, pois nada de
encontrar com os Brazucas, com isso me limitava a ficar o menor tempo possível
no PC. Minha estratégia estava muito legal e uma coisa que passei a perceber
foi que eu realmente estava focado no pedal, deixando o meu lado lúdico em
Stand By e apreciando as maravilhas em minha volta sem deixar envolver o lado
de Fotógrafo viajadão. O pedal foi
fluindo. Fluindo por Tenteniac Km 364 e quando cruzei a barreira dos 449km em
Loudac, consegui encontrar um alien Brazuca-Brasília, Guilherme Kardel. Cara,
foi muita alegria. Parecia que nós
estávamos no final da prova, falando tudo ao mesmo tempo, perguntando pelos
outros, fazendo fotos para registrar o grande encontro e depois de nos
alimentarmos, partimos para nosso próximo destino que seria
Saint-Nicolas-du-Pelem. Nossa saída foi por volta das 20:50h. Ainda tinha a Luz do dia para nos guiar, mas
o tempo prometia chuva e tudo indicava que São Pedro queria participar do
evento. Para anunciar sua chegada os
trovões e raios começavam a surgir no céu de forma cinematográfica. Em algum lugar distante a chuva já parecia
está caindo forte nos avisando que muito em breve viria nos fazer companhia. E
assim, a chuva chegou forte, tão forte que se tornava impossível pedalar, nos
obrigando a procurar um abrigo para esperar ela diminuir e refletir se
realmente iríamos continuar com essa aparente loucura de completar os 1200 km.
Não houve jeito, a loucura falou mais alto.
E eu olhava outros Audaciosos passando e lembrei o nosso velho ditado,
“Está na chuva é para se molhar”. Parti
com muita cautela para não desperdiçar todo o pedal precioso que vinha
fazendo. Por volta das 23h estava
chegando ao meu objetivo para fazer o 1º descanso verdadeiro na prova. Não
sentia fome e a roupa molhada me incomodava.
Queria a todo custo trocar de roupa.
Comprei uma ficha para o alojamento, onde tomei um bom banho e fui deitar
no chão porque não tinha cama livre. Consegui dormir umas 2 horas. Apesar do corpo está cansado, a euforia de
estar acordado para continuar a prova era muito maior. Às 03 da manhã já estava de roupa trocada e
querendo partir, quando fui ver que a
chuva ainda não tinha parado. O frio
era intenso e decidi tomar um café e comer algo antes de sair. A barraca onde estavam servindo o café
estava cheia de lama e o estado dos audaciosos era duro de ver, alguns dormindo
na mesa com a comida a sua frente para alimentar sua alma. Essa foi a única explicação que encontrei
porque isso aconteceu também comigo.
Após pedir algo para comer, eu dormi com a comida ao lado e depois ao acordar coloquei uma colher na boca, afastei o prato para o lado, peguei minhas tralhas e parti. Às 08:30h, estava chegando no km 525 em Carhaix-Plougeur somente para carimbar meu passaporte e partindo para Brest. O tempo já estava melhor com a trégua da chuva, mas eu tinha ainda um pequeno problema para resolver, estava carregando toda a roupa molhada comigo e isso tudo se tornava alguns milhões de pesos, aumentando o cansaço. Decidi fazer uma parada estratégica para deixar a roupa e pega-la na volta. Feito isso, meu pedal voltou a fluir novamente e às 12:58 h, estava cruzando os 618 km em Brest em 43 horas. Isso me deixou muito feliz. Não imaginam o quanto eu vibrava com esse feito. Mas minha alegria era temporária, porque eu sabia que ainda o mais duro estaria por vir. 618 km realizados. E pensar que teria que voltar tudo novamente. Depois de ter presenciado ao longo do caminho os outros Países bem organizados com suas equipes, trocando de roupa próximos aos PCS, se alimentando, recebendo massagens, conversando na mesma língua, com mecânico para reparar as bikes, enfim, coisas que eu não tinha e que portanto tinha que esquecer e ter em mente que deveria terminar a prova no tempo previsto.
Após pedir algo para comer, eu dormi com a comida ao lado e depois ao acordar coloquei uma colher na boca, afastei o prato para o lado, peguei minhas tralhas e parti. Às 08:30h, estava chegando no km 525 em Carhaix-Plougeur somente para carimbar meu passaporte e partindo para Brest. O tempo já estava melhor com a trégua da chuva, mas eu tinha ainda um pequeno problema para resolver, estava carregando toda a roupa molhada comigo e isso tudo se tornava alguns milhões de pesos, aumentando o cansaço. Decidi fazer uma parada estratégica para deixar a roupa e pega-la na volta. Feito isso, meu pedal voltou a fluir novamente e às 12:58 h, estava cruzando os 618 km em Brest em 43 horas. Isso me deixou muito feliz. Não imaginam o quanto eu vibrava com esse feito. Mas minha alegria era temporária, porque eu sabia que ainda o mais duro estaria por vir. 618 km realizados. E pensar que teria que voltar tudo novamente. Depois de ter presenciado ao longo do caminho os outros Países bem organizados com suas equipes, trocando de roupa próximos aos PCS, se alimentando, recebendo massagens, conversando na mesma língua, com mecânico para reparar as bikes, enfim, coisas que eu não tinha e que portanto tinha que esquecer e ter em mente que deveria terminar a prova no tempo previsto.
Amigos! Acredito ter encontrado o meu lugar, fui apresentado a "Audax" hoje e já estou apaixonado. Agora é me programar e participar. Grande abraço a todos.
ResponderExcluirMuito louco mesmo... sensacional!
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